
Há pessoas que passam e nem as vemos. Há outras com quem convivemos e temos uma boa relação, mas um dia deixamos de as ver, esse dia transforma-se em semanas, meses, anos, até que se torna apenas numa memória esporádica de quem guardamos bons momentos, mas já um pouco turvos. Outras, que logo desde o primeiro minuto não gostamos, e apostamos todo o nosso ser em não gostar. E depois aquelas, que aparecem de mansinho, que vamos conhecendo, com quem partilhamos choros e risos, mágoas e alegrias, chocolates e desilusões. Pessoas com quem é fácil passar horas num café a conversar sem o tempo dar sinal. Pessoas que estamos do lado delas para acompanhar, atrás para dar coragem e à frente para defender. Pessoas a quem não limpamos as lágrimas, simplesmente as deixamos escorrer até ao queixo enquanto lhes oferecemos a segurança de um abraço. Pessoas por quem choramos quando ficamos felizes por elas. E de repente apercebemo-nos que já não são apenas pessoas. São os amigos, aqueles de verdade, aqueles que só aparecem quando o universo se junta numa conjunção cósmica e mágica. São pessoas com as quais atravessamos a vida de mão dada, porque nunca nenhum amor será tão forte, puro e verdadeiro como o de dois amigos. Não tenho muitos. Mas os que tenho apoio sem recusar, consolo sem acusar e defendo sem pensar. Mas acima de tudo, os meus amigos conquistam feitos e eu orgulho-me tanto ou mais como se fossem meus. Porque os amigos são assim. Para o que der e vier.
Para a minha pedróloga preferida, com um beijo e um abraço.
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