quinta-feira, 24 de junho de 2010

Tudo uma questão de acentos

Hoje atendi um senhor que tinha a bonita graça de António Balde. Ao ouvir o apelido, tive de suster o riso, e se não parece um apelido incrivelmente cómico, mesmo que nos recordemos da quase-histérica Mrs. Bucket ( Bouquet! ), ou até mesmo do Richard e do seu sentido da vida, eu passo a explicar porque é que esta palavra, especialmente sendo um apelido, leva-me ao riso quase incontrolável.

Ora a Misantropa cresceu num bairro mui airoso e mui belo, tão confuso que, durante muitos anos, o carteiro e os funcionários da EDP e da EPAL eram sempre os mesmos, para não se perderem. Um deles era uma personagem digna de série cómica, e contava a água. Certo dia, entrou no café que fica no rés-do-chão do meu prédio e, com um ar muito intrigado, perguntou:

- Ora bons dias! Alguém sabe onde mora o senhor... José Mamado Sai do Balde?

No meio da risota, a minha mãe lá lhe explicou:

- Não é nada disso... o senhor Baldé é guineense. Chama-se José Mamadu Saidu Baldé.

Peremptório, ele resmungou para a minha mãe:

- Pois aqui não há acentos, por isso, para mim, é José Mamado Sai do Balde sim senhor!

Ainda hoje o Senhor Baldé mora lá no prédio. E apesar de este episódio já ter uns bons vinte anos, ainda hoje nos rimos com ele, incluindo o Sr. Baldé, que nunca se incomodou por ter sido confundido com um balde.

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